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Previsões do futuro? Para os maiores mistérios, existem explicações científicas

Percebemos o mundo como realmente é ou conforme precisamos que ele seja?

Previsões do futuro? Para os maiores mistérios, existem explicações científicas

Imagine se você realmente tivesse que pensar antes de falar para selecionar as palavras? Isso não acontece porque o inconsciente trabalha em background o tempo todo durante nossas conversas, fornecendo subsídios ao nosso consciente, ajudando-nos a nos expressar.

O mesmo ocorre ao ler um texto: o inconsciente transforma automaticamente os símbolos gráficos impressos na página em palavras, frases e ideias, transmitidas para a nossa consciência. O inconsciente cuida de tudo o que fazemos de maneira automática e silenciosa diariamente.

O lado oculto da mente, o nosso inconsciente, tornou-se um dos temas mais interessantes da neurociência moderna. “O cérebro é abastecido pelos olhos, ouvidos e outros sentidos, e o inconsciente traduz tudo em imagens e palavras”, diz o psicólogo e neurocientista Ran Hassin, professor da Universidade Hebraica de Jerusalém e um dos autores do livro “The New Unconscious” (“O Novo Inconsciente”).

“As novas tecnologias da neurociência hoje possibilitam que os cientistas exponham uma realidade mental mais profunda, que esteve escondida durante toda a história prévia da humanidade”, argumenta o físico Leonard Mlodinow em seu livro “Subliminar – Como o inconsciente influencia nossas vidas”.

“Cada um limita na sua própria visão, os limites do mundo”

A frase citada pertence a Arthur Schopenhauer (1788-1860), um filósofo alemão do século XIX famoso por suas contribuições à filosofia ocidental. Sua filosofia misturou o idealismo alemão de Immanuel Kant com influências orientais, principalmente do pensamento hindu e budista.

A afirmação de Schopenhauer nos deveria fazer pensar: Será que percebemos o mundo como realmente é ou conforme precisamos que ele seja? Poderia o tempo ser apenas uma ilusão?

O cientista Donald Hoffman sugere que apenas captamos vislumbres da verdadeira realidade, indicando que nossa percepção pode ser apenas uma pequena fração da existência total.

De acordo com as últimas descobertas da física quântica, o mundo que chamamos de “físico” só se torna “realidade” quando nossa consciência interage com sua “possibilidade de existir”.

Para reforçar esse conceito, pesquisadores australianos realizaram o “Experimento de Escolha Demorada” de John Wheeler, buscando demonstrar que a existência no mundo físico depende diretamente da atuação de nossa consciência.

A física quântica lida com o “aqui e agora”. Andrew Truscott, professor adjunto da Escola de Pesquisa Física e Engenharia da UNA, afirmou: “Em nível quântico, a realidade não existe se você não está olhando para ela”.

O resultado mais impressionante do experimento foi a confirmação de que eventos passados só se tornam reais e definidos quando medidos no futuro. Até então, a realidade é apenas uma abstração.

Assim, muitos eventos do passado, mesmo que tenham ocorrido há milhões de anos, permanecem como abstrações até serem observados, medidos e analisados no futuro. A física quântica sugere que “o futuro pode alterar o passado”.

E o futuro?

A nossa capacidade individual de agir em um universo tão inteligente é algo que precisa ser revisto. As ideias certas surgem rapidamente em nossa consciência, e a revelação de novas ideias (insights) é constante no nosso processo mental.

Pensar um pouco mais à frente do que já é previsível não seria uma questão de desenvolvermos um olhar sobre o futuro considerando novas possibilidades?

Muitas descobertas e invenções científicas ocorreram por meio de insights e compreensões inesperadas, em momentos em que seus autores não estavam concentrados em resolver problemas diretamente pelo método racional e consciente.

Quer um bom exemplo? A lei da gravidade de Newton “nasceu” quando ele observou uma maçã caindo ao chão. Inesperado, não?

Nenhuma grande descoberta na história se baseou em teorias óbvias e plausíveis. Gênios como Leonardo da Vinci chegaram a ser considerados loucos por muitos.

No caso de Da Vinci, boa parte de seus inventos ainda não foi superada, e alguns deles ainda não foram colocados em prática até hoje por falta de capacidade.

Alguns profetas contemporâneos também deixaram sua “marca”, como Isaac Asimov e Arthur C. Clarke. Os textos deste último, inclusive, já foram ridicularizados, mas é impressionante o grau de assertividade deste incrível escritor e inventor britânico. Segundo Clarke, “Qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível de magia”.

Para se ter uma ideia do quão genial Clarke era, a Samsung se defendeu de uma acusação de quebra de patentes e infração de direitos intelectuais feita pela Apple em relação ao Ipad usando-o suas previsões como referência. Segundo a fabricante sul-coreana a idéia dos tablets já estava presente no clássico cinematográfico “2001 – Uma Odisseia no Espaço”, baseado no seu conto The Sentinel, publicado em 1951, e que inspirou o filme de Stanley Kubrick na produção da obra.

Clarke participou ativamente como consultor durante as filmagens, dando seus palpites e deixando um filme, realizado na década de 60, tão atual até mesmo em tempos como os nossos (confira abaixo a cena do filme que mostra a equipe da nave utilizando um especie de tablet, muito próximo aos modelos atuais).

E ainda temos Asimov, um dos mais célebres e influentes autores de ficção científica do último século. Dentre muitas de suas previsões, chegou a escrever sobre um tal computador de bolso em um conto de 1957, chamado “Sensação de Poder”. O escritor do futuro, que teve um asteroide batizado com o seu nome em 1981, também previu que sofreríamos por problemas causados pela “superpopulação” do planeta, graças aos avanços significativos da medicina. Segundo ele, “O uso de aparelhos capazes de substituir o coração e outros órgãos vai elevar a expectativa de vida, em algumas partes do planeta, a 85 anos de idade”.

E não é que cientistas israelenses conseguiram imprimir um coração em 3D, com vasos sanguíneos e ventrículos?

As previsões não são um ato de mágica, e muito menos adivinhações do futuro.

Você não pode fazer isso, ninguém pode fazer isso! O motivo? Porque a natureza humana tem o livre arbítrio, e cria trilhões de decisões livres diariamente. Não há futuro “conhecido”, mas há um grande número de potenciais caminhos baseados nas decisões que escolhemos seguir, todos os dias.

Mas e o nosso futuro?

As crescentes discussões em torno do uso das tecnologias exponenciais nos negócios e na sociedade começam a impactar positivamente as nossas vidas, estimulando-nos a buscar novos modelos mentais e uma nova economia mais sustentável e humanizada. Líderes e colaboradores estão cada vez mais imbuídos em uma missão genuína para encontrar um real significado na vida e no trabalho – o tão famigerado propósito.

O seu futuro, por meio das suas escolhas, é moldado por você.

Vinicius Debian
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Vinicius Debian

Cofundador & Chief Digital Officer da Bigtrade S/A, Fundador da brandtech NEIL e da plataforma Faça Parte do Futuro. Defensor do design - e de uma vida - simples e funcional, sempre! Trabalhando com design, tecnologia e inovação desde 1998.