Terence McKenna e a teoria do macaco chapado

O consumo de psilocibina pode ter sido fundamental na evolução humana?

Terence McKenna e a teoria do macaco chapado

A teoria do “macaco chapado” é uma ideia proposta por Terence McKenna, escritor e filósofo americano com expertise em ecologia e xamanismo. Reconhecido como um influente psiconauta, McKenna foi pioneiro em explorar o uso de psicodélicos, como DMT e ayahuasca, e seus estudos contribuíram para as primeiras análises dessas substâncias.

Os psiconautas são exploradores da mente que utilizam estados alterados de consciência, induzidos por experiências pessoais, para investigar a própria mente. Aldous Huxley, autor britânico conhecido por obras como “1984” e “As Portas da Percepção”, é outro exemplo de psiconauta notável. Em sua autobiografia, “As Portas da Percepção”, Huxley discute sua experiência psicodélica com mescalina, um alucinógeno natural encontrado em cactos como peiote e San Pedro.

Cogumelos psicodélicos poderiam ter sido fundamentais na evolução humana? 

Por volta de 3 milhões de anos atrás, ocorreu um fenômeno intrigante na evolução dos hominídeos: uma expansão repentina do tamanho do cérebro. Nesse período, marcado por mudanças climáticas significativas na Terra, o Homo Erectus teria deixado as florestas para explorar as savanas. Terence McKenna propôs a hipótese de que essa transição levou os hominídeos a diversificarem sua alimentação, incluindo os cogumelos Psilocybe cubensis, comumente encontrados em fezes de vaca.

McKenna sugeriu que o consumo de psilocibina acelerou o desenvolvimento cerebral dos hominídeos, contribuindo para o aumento do cérebro, o surgimento da linguagem, dos rituais tribais e das religiões primitivas. Embora não haja registros diretos do uso psicodélico na pré-história, alguns estudos indicam que civilizações antigas reverenciavam a psilocibina como o “alimento dos deuses”. A descoberta de um fungo fossilizado no Canadá também parece apoiar essa ideia.

A teoria de McKenna recebe algum respaldo científico por meio dos estudos do psicofarmacologista Roland Fischer, que, nos anos 60, administrava psilocibina a voluntários para testes oftalmológicos. Os resultados indicaram aumento da visão periférica sob a influência da substância, sugerindo uma vantagem evolutiva.

No documentário “Fungos Fantásticos” (“Fantastic Fungi”), disponível na Netflix, Dennis McKenna, irmão de Terrence, explica a complexidade da teoria, enfatizando que o consumo de cogumelos não é o único fator na evolução dos hominídeos. Ele destaca que a teoria é mais um componente em um conjunto de influências na evolução.

Alan Izanagi
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