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“1984”, uma obra mais presente do que nunca

In Mundo Incerto
dezembro 21, 2022
Publicado originalmente em 1949, a distopia futurista 1984 é uma das obras mais influentes do século XX

Dizem por aí que o Big Brother, popular reality show onde os competidores ficam confinados em uma casa sendo vigiados por câmeras 24 horas por dia, foi inspirado na obra de ficção “1984”, escrita por George Orwell e lançada em 1949.

Escrito no século 20, o livro reflete uma crítica ao totalitarismo, já que os moradores não poderiam, de forma alguma, contestar o sistema criado pelo regime.

Com o slogan “O Grande Irmão está de olho em você”1984 conta a história de Winston Smith, um funcionário do Ministério da Verdade, responsável por reescrever notícias e registros históricos. Ele é responsável por alterar o passado e, assim, o presente.

Neste universo distópico, um tal Grande Irmão observa tudo e todos por meio de câmeras, e qualquer sinal de comportamento ou pensamento desviante é severamente punido pela Polícia do Pensar.

Entretanto, Winston, treinado para obedecer e calar, começa a questionar essa realidade. Ele vê a oportunidade de fazer algo maior, e coloca sua vida em risco por uma sonhada mudança.

“Enquanto eles não se conscientizarem, não serão rebeldes autênticos e, enquanto não se rebelarem, não terão como se conscientizarem.”

Uma obra escrita a mais de 70 anos, e que prova que Orwell, assim como Arthur. C. Clarke, Aldous Huxley e Asimov foram (e pra sempre serão) grandes futuristas.

Entenda os conceitos e como eles se relacionam com o mundo atual:

A culpa é do “Big Brother”

Na sociedade de 1984, todos estão sob vigilância do governo. Hoje, podemos comparar este controle às redes sociais, com as quais voluntariamente compartilhamos nossas informações, mas que também coletam e processam nossos dados sem que estejamos totalmente cientes. Se alguma vez você já sentiu que as redes sociais “leram” a sua mente , a culpa é do “Big Brother”.

Verdades convenientes

Nossas percepções são controladas para se adequarem ao desejo de quem está no poder. É como se a mentira passasse a ser considerada verdade – Isto acontece a medida que se torna uma crença coletiva, sempre em favor de outro resultado mais conveniente. A lógica hoje se aplica às fake news: a informação em si deixa de ser importante e o que passa a valer é a fonte de onde ela veio — “se fulano disse, é porque verdade” ou “ eu recebi pelo WhatsApp, esta lá na internet”.

Duplipensar

Fenômeno chamado por Orwell de “duplipensar”: O indivíduo passa a aceitar duas crenças contraditórias ao mesmo tempo, mas sem noção de que se trata de uma contradição — é isso que difere o duplipensar da hipocrisia ou da neutralidade.

“É o poder de manter duas crenças contraditórias na mente ao mesmo tempo, de contar mentiras deliberadas e ao mesmo tempo acreditar genuinamente nelas, e esquecer qualquer fato que tenha se tornado inconveniente”, descreve Orwell.

Alguma similaridade com as “teorias alternativas” que tanto convivemos hoje em dia?

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Editorial Faça Parte do Futuro